Em uma cidade pacata e por um
preço razoável eu resolvi passar as férias da faculdade numa fazenda situada no
interior do meu Estado aonde o galo me
acordasse nas manhãs bem cedo e ao entardecer com as galinhas eu fosse me
deitar. Eu que vivo a agitação de uma grande metrópole queria me deixar ficar
sob o azul de um céu durante o dia e as estrelas como companheiras ao
anoitecer. Pensava poder ouvir histórias de antigamente na voz dos mais idosos
e dentro do possível fazer daqueles momentos os melhores das minhas férias.
Pura ilusão. Na primeira noite eu fiz parte de um grupo de moradores que se
reunia para discutir as mazelas da política, falar de futebol, de homem e de
mulher. O papo era amistoso e inteligente, talvez por isso varasse noite
adentro. Por volta das três, três e meia
o grupo se desfez. Cada qual para o seu canto, enquanto duas das muitas moças ficaram
para pernoitar conosco.
Dei boas gargalhadas. Cantei e até flertei com uma das pequenas que pra meu azar resolveu ficar para dormir. Coisa boba, pensei com o meu umbigo. Amanhã cada um tomará um novo rumo e só as lembranças ficariam. Às 5 e meia cantou o primeiro galo, mas eu ainda estava acordado. Não conseguira conciliar o sono com aquela troca de sussurros no quarto ao lado. Cobri os ouvidos com o travesseiro, mas nada adiantou, até que ouvi falar meu nome. Levantei as orelhas e as colei na parede. A curiosidade me fez entender que a moça com quem flertei assediava a outra que fazia jogo duro. Forcei um pigarro e todas se calaram. Um riso, uma ameaça e depois um tapa provocou o vazio do silêncio. Um gemido e o som de um beijo me levaram a espiá-las. Com o capuz do agasalho eu cobri meu rosto e bati, levemente, com o nó do dedo indicador na porta. Através da fresta, uma das moças embrulhada num lençol fez sinal de silêncio e me puxou para dentro fechando aporta atrás de mim. Na penumbra eu pude ver Isabella nua sobre a cama. A mesma garota com quem troquei olhares sem saber que ela também gostava de meninas. Aquilo me mantinha excitado, mas a minha presença era, talvez a única chance de Martha fugir dos beijos da parceira. Desolada Isabella cobriu os olhos com as mãos e chorou a própria sorte. Desolados ficamos todos quando as luzes se acenderam e os donos da casa me olhando de cima à baixo levaram as garotas para quartos separados e não sabidos. No café, pela manhã, eu pude ver e falar com todos, menos com aquelas que sumiram da fazenda depois de me roubar o sono e os momentos que, talvez, tivessem dado um outro rumo às minhas férias.
Dei boas gargalhadas. Cantei e até flertei com uma das pequenas que pra meu azar resolveu ficar para dormir. Coisa boba, pensei com o meu umbigo. Amanhã cada um tomará um novo rumo e só as lembranças ficariam. Às 5 e meia cantou o primeiro galo, mas eu ainda estava acordado. Não conseguira conciliar o sono com aquela troca de sussurros no quarto ao lado. Cobri os ouvidos com o travesseiro, mas nada adiantou, até que ouvi falar meu nome. Levantei as orelhas e as colei na parede. A curiosidade me fez entender que a moça com quem flertei assediava a outra que fazia jogo duro. Forcei um pigarro e todas se calaram. Um riso, uma ameaça e depois um tapa provocou o vazio do silêncio. Um gemido e o som de um beijo me levaram a espiá-las. Com o capuz do agasalho eu cobri meu rosto e bati, levemente, com o nó do dedo indicador na porta. Através da fresta, uma das moças embrulhada num lençol fez sinal de silêncio e me puxou para dentro fechando aporta atrás de mim. Na penumbra eu pude ver Isabella nua sobre a cama. A mesma garota com quem troquei olhares sem saber que ela também gostava de meninas. Aquilo me mantinha excitado, mas a minha presença era, talvez a única chance de Martha fugir dos beijos da parceira. Desolada Isabella cobriu os olhos com as mãos e chorou a própria sorte. Desolados ficamos todos quando as luzes se acenderam e os donos da casa me olhando de cima à baixo levaram as garotas para quartos separados e não sabidos. No café, pela manhã, eu pude ver e falar com todos, menos com aquelas que sumiram da fazenda depois de me roubar o sono e os momentos que, talvez, tivessem dado um outro rumo às minhas férias.
